O mundo ao contrário

Quando o Salvador Sobral ganhou a Eurovisão achei que o Festival tinha enfim voltado a entrar nos eixos, e valorizado uma boa canção e uma boa voz. A Europa rendeu-se à simplicidade e descartou-se de muita palhaçada que se apresentava em palco. No ano passado tudo caiu por terra ao ter ganho a Israel com uma canção de qualidade duvidosa. E este ano a canção portuguesa segue esta linha. Não tenho nada contra o Conan Osíris, nem me aquece nem me arrefece o seu visual estranho. Acho até que por baixo daquilo tudo existe uma voz afinada. Mas ser ele a representar Portugal, votado tanto pelo júri como pelo público, é uma coisa que me parece de doidos.

Depois de ter visto o Festival, vejo nas redes sociais notícias de um novo challenge que começa a ser viral e que se chama de "cheese challenge". Consiste em colocar (para não dizer lançar) uma fatia de queijo na cara de um bebé. O quê? Isso mesmo. Já para não falar na questão da violência doméstica e outros crimes desmedidos que são notícia todos os dias. A sério, cada notícia que vejo, cada programa que assisto, parece-me que tudo o que aprendi anos e anos, os valores, o respeito pelos outros, está a começar a ruir à minha volta. Anda tudo ao contrário ou sou eu que estou a ficar velha? A poucos dias de fazer 50 anos ou faço reflexões profundas sobre isto ou então borrifo-me completamente. Acho que escolho a segunda hipótese. Não quero evangelizar ninguém com a minha maneira de pensar mas também não vou contra aquilo em que acredito.