quarta-feira, 8 de setembro de 2021

Grisalhar : um processo libertador



Há mais de três ou quatro anos que andava com a ideia de deixar de pintar o cabelo. Irritava-me ter de o pintar de pouco em pouco tempo, pois duas semanas depois de cada ida ao cabeleireiro, lá estavam as raízes branquinhas a chamar por mim. Não eram os brancos que me irritavam, era mesmo a "obrigação" de ter de os esconder. Mas cada vez que falava com alguém e dizia "qualquer dia deixo de pintar", ouvia sempre "epá não, ainda és muito nova" ou "nem penses nisso, vai-te envelhecer". E assim se passavam os meses e lá ia eu resignada para me submeter a nova pintura. O problema é que pinturas por cima de pinturas, acabam por estragar o cabelo e o meu estava muito fraco, a cair, muito crespo, já não parecendo nem liso, nem ondulado. Estava feio. Não sabia bem o que fazer, porque a transição para o branco não é fácil, primeiro dá um ar de desleixo, depois um ar esquisito e depois há que contar com 1001 vozes contra que nos chegam de todos os lados. 

A pandemia ajudou-me. Ao vir para casa em teletrabalho e com os cabeleireiros fechados, decidi em Outubro que deixaria finalmente de pintar, a bem da saúde do meu cabelo. De lá até hoje tem sido um processo incrível, de libertação, aceitação e amor próprio. Apesar de todas as vozes discordantes, de todos os comentários depreciativos que ouvi (até da cabeleireira), segui confiante e em frente, segura da minha decisão (pelo menos até agora). Neste momento os meus brancos já me dão pelas orelhas e confesso-me orgulhosa dos meus branquinhos.

Agora, que já foram percebendo que não são só raízes por pintar, há quem me diga que até acha giro, outros que dizem que os meus brancos são muito bonitos. E são, os meus brancos são mesmo branquinhos e brilhantes, tipo prata e eu adoro. Neste momento prefiro investir o dinheiro que gastava a pintar, em bons produtos e bons cortes. 

Se um dia me apetecer voltar atrás (que duvido), volto sem problema. Por agora, sei que consegui chegar até aqui porque gosto de mim, e porque não me deixei afectar pelas opiniões alheias. Fiz o que quis fazer e ainda bem. É um processo transformador, de liberdade de sermos como quisermos. Se aceitamos bem as rugas, porque não aceitamos os cabelos brancos? Porque é que isso incomoda tanto as pessoas? É um padrão estabelecido socialmente de uma maneira tão enraizada que é difícil ir contra.

Conforme li no Clube das Grisalhas (no Instagram) é um verdadeiro processo de transição. Enquanto mudamos por fora, também mudamos por dentro. 

Na imagem podem ver algumas fotos que fui tirando do processo. Na rua defendi-me de olhares de desdém com barretes nos dias frios, bandoletes, lenços. Tenho outras imagens mais recentes e hei-de mostrar-vos etapas mais para a frente.

Uma coisa é certa: a felicidade de ver a verdadeira cor dos meus cabelos, já ninguém me tira!

terça-feira, 7 de setembro de 2021

Água de Todo o Ano

Gosto muito de descobrir localidades com nomes engraçados e em tempos publiquei algumas imagens. Como esta Água de Todo o Ano, localidade alentejana, perto de Montargil.

segunda-feira, 6 de setembro de 2021

As leituras dos últimos meses

Embora tenha estado mais concentrada na minha escrita, nos últimos meses mesmo assim consegui ler bastante. Aqui ficam as capas dos livros que li desde início de Abril até final de Agosto. Muitos são de banda desenhada, mas também li outros grandes livros. Desse lado já leram algum destes títulos?





domingo, 5 de setembro de 2021

Uma surpresa da blogosfera

Não conheço pessoalmente as irmãs do blogue Uns têm filhos, nós temos avós mas sigo-as há vários anos, desde que nos cruzámos aqui na blogosfera. Só sei que são umas queridas, que amaram os avós profundamente e se dedicaram para que a sua recta final de vida fosse feliz  e com quentinho no coração. Haverá poucos netos que se preocupam e que amam assim tanto os avós. Os anos foram passando, os avós partiram mas ficou muito amor, muito cuidado em tudo o que fazem. Só assim se justifica a simpatia e o carinho, ao terem-me enviado uns saleiros e pimenteiros antigos, que encontraram em arrumações na famosa Casa Azul. Sabiam da minha colecção e não hesitaram em enviar-me esta querida recordação. E que feliz que eu fiquei. Foi uma das boas coisas das minhas férias, ter recebido este mimo, acompanhado de outros miminhos da Carla e da Luisa. Bem hajam!



sábado, 4 de setembro de 2021

Então e as férias?

Agora que perguntam, foram boas. Os últimos anos não têm sido fáceis e por isso estava mesmo, mesmo a precisar de uns dias em paz, de dolce far niente. E assim foi. Fui para uma parte de Portugal que não conhecia (Montargil e arredores), onde reinou a tranquilidade, com pouca gente e longe da confusão. Exactamente o que eu procurava. Tenho imagens para vos mostrar, mas esta reflecte bem o meu estado de espírito desses dias.



sexta-feira, 3 de setembro de 2021

Pregar por telefone a palavra do senhor

Durante os períodos mais complicados da pandemia, quando estávamos em isolamento, muitas foram as piadas que vi por causa das Testemunhas de Jeová não poderem bater às portas alheias para pregarem a palavra em que acreditam.

Porém, logo se desenrascaram e quem não tem cão, caça com gato. E não podendo ir a casa das pessoas, arranjaram solução. 

Pois bem, estava eu sossegadinha a relaxar nas minhas férias quando recebi um telefonema de um número anónimo. Atendi e era uma senhora muito simpática, que sem se identificar, perguntou se podíamos conversar. Duas ou três palavras depois já eu estava a informar delicadamente que não pretendia continuar a conversa. E ela insistia "mas a senhora sabe qual é o nome de Deus?" "Minha senhora, sei que me vai dizer Jeová, mas não quero na mesma ter esta conversa, só quero saber como tem o meu número de telemóvel". E ela lá explicou que como não podem pregar presencialmente, seleccionam de forma aleatória números de telefone e é assim que divulgam a palavra do senhor Jeová.

Bateu à porta errada, aliás, ligou para o número errado. Logo eu que não faço uma compra que seja por via do telemarketing, nunca iria mudar as minhas crenças e a minha fé desta maneira.


quinta-feira, 2 de setembro de 2021

12 anos de Flores Cores e Amores

Quando ainda há pouco olhei bem para o calendário, nem queria acreditar. Feitas as contas, este meu "Flores Cores e Amores" celebra hoje 12 anos! Como assim já passou uma dúzia de anos? É verdade! Ao todo escrevi aqui 6441 vezes! Durante muito tempo todos os dias publicava e por vezes mais do que uma vez em cada dia. Hoje, com o pouco tempo que tenho, não me sobra para aqui vir como gostaria e comecei a usar mais o Instagram por me poupar tempo. Há quem diga que a blogosfera está a morrer aos poucos por causa disso. Mas acho que cada um tem o seu espaço.

Estou muito grata por todo o percurso traçado até aqui e fiz vários amigos "à conta" deste meu blogue. Ainda há dias recebi uma surpresa de duas irmãs leitoras do "Flores" há muitos anos e hei-de falar disso. 

Também a escrita do meu livro me roubou tempo para aqui vir, mas agora que está concluído, espero aparecer mais, para continuar a mostrar-vos coisas bonitas que vejo e a contar-vos bizarrices que me acontecem. 

Resta-me agradecer a todos por estarem desse lado!