2020 foi um ano péssimo para toda a gente, horrível para mim. Perdi quatro pessoas da minha família, uma delas o meu querido pai, assunto sobre o qual já aqui falei. E confesso que isso me roubou um pouco da minha inspiração e vontade. Também o facto de estar envolvida noutros projectos fez com que o meu tempo ficasse muito reduzido e a minha cabeça não deu para mais.
No entanto, aos poucos, sinto que vou renascendo, uma espécie de desconfinamento pessoal e vou recuperando alguns dos temas que deixei com pontas soltas. Um deles é o meu segundo livro e finalmente retomei a sua escrita, que vai agora fluindo, para ver a luz do dia o mais breve possível.
Há algumas semanas decidi que 2021 seria um ano ideal para renovação e para operar algumas mudanças. Aproveitar para arrumar gavetas, rasgar papelada, organizar documentos, dar coisas que não preciso e outras deitar fora. No fundo, sinto que é o libertar de más energias, para dar espaço a boas energias. Afinal, espero ter muitos anos pela frente e pretendo gozar cada dia da melhor forma possível. E ter tudo mais arrumado faz bem à cabeça.
E por falar em cabeça... também por aqui há mudanças. Já andava há muito tempo a querer deixar de pintar o cabelo. Como o meu cresce muito rápido, depois de o pintar, em pouco mais de uma semana já se começavam outra vez as ver as raízes brancas e era um martírio. E com tantos anos de tinta, estava a começar a ficar crespo, estragado e a cair muito. Porém, a coragem faltava-me e também os comentários de várias pessoas não ajudavam.
No entanto, aproveitando o embalo dos cabeleireiros fechados e de me encontrar em teletrabalho, resolvi de vez fazer aquilo que me apetecia. Não pinto o cabelo desde o início de Outubro. E não consigo explicar a sensação de libertação que isso me dá. Não nego que é um processo chato, que por vezes parece feio, mas a maior parte do tempo estou a adorar e ainda não tive vontade de voltar atrás nesta decisão. Para minimizar o impacto, tenho feito rabo de cavalo, outras vezes uso bandoletes ou lenços. Mas a verdade é que estou a gostar dos meus cabelos que parecem prata e de ver nos outros a sua cor real, coisa que não via há muitos anos.
No Instagram, há uma página que se chama Clube das Grisalhas, onde muito me inspiro e houve uma frase publicada que não me sai da cabeça "Numa sociedade que lucra com a sua insegurança, gostar de si é mesmo um acto de rebeldia". E é assim que me sinto, segura e a gostar de mim como sou, independentemente das vozes que se erguem a dizer "és muito nova para assumir os brancos" ou "isso vai-te envelhecer". Resposta para esses comentários? - Não quero saber. Entretanto tenho tirado fotografias do processo da minha grisalhice e pode ser que um dia vos mostre aqui.
Bem, a conversa já vai longa, queria dar-vos nota deste meu confinamento, sem prometer nada ainda sobre a periodicidade de aqui escrever, mas com muita vontade de regressar.
E desse lado, como estão? Quero saber tudo!
Bom dia de serenidade, querida Alex!
ResponderEliminarNão assumi cabelos brancos, mas ficam bonitos quando tudo igualzinho. Embora se tenha que passar por camadas aos poucos.
A Pandemia nos afastou de muita coisa, mas o blog tenho carinho especial. Não migrei para outros MCS por não me podar no tempo.
Blogs antigos tem muito valor, provam perseverança por parte da blogueira.
Tenha um final de semana abençoado!
Beijinhos fraternos
Muito obrigada pelas suas palavras Roselia!
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