Vou hoje ao funeral do pai de um amigo meu, que faleceu ontem, vítima de cancro. Este ano, infelizmente, tem sido fértil em mortes e doenças que envolvem familiares de amigos meus. Pais, mães, avós. Ontem, ao assistir a uma oração que se fez em memória do falecido, pensei que todos havemos de passar por isto mas rezei para que a minha vez de ficar orfã de pai ou de mãe ainda esteja muito longe. Não consigo sequer imaginar. Como muitos sabem o meu pai esteve gravemente doente este Verão, encontrando-se agora em recuperação. Vivi momentos de angústia e de sofrimento que nem sei explicar, quanto mais pensar no pior. Os meus pais, para além do meu filho e do meu marido, fazem parte do meu equilíbrio, fazem parte de mim. Penso neles como dois anjos da guarda, sempre junto a mim, dispostos um de cada lado. Estão sempre ali, cheios de amor, incondicionalmente do meu lado, a ajudarem-me sempre que preciso. Se um deles falhar, haverá um lado que ficará desiquilibrado e tenho medo de cair. Deus permita que estejam ao meu lado por muitos e bons anos e que juntos passemos muitos bons momentos.
Quanto ao pai desse meu amigo, desejo profundamente que esteja em paz e que a família tenha a serenidade e a força suficiente para ultrapassar este momento.
Beijinhos e abraços a todos, bom fim de semana e bons votos. Até já!
Tinha quatro anos quando olhei pela primeira vez a morte cara-a-cara. O meu pai foi o primeiro a ir embora e daí para cá tem sido uma sucessão de desaparecimentos na minha vida. Aprendi a falar da morte, aprendi que a morte faz parte da vida, aprendi que o mais injusto que existe é o sofrimento - não a morte, que é natural. De há uns meses para cá, ensaio todos os dias a preparação para a ida das três pessoas que são pilares absolutos da minha existência, e que até há pouco seriam eternas para mim. Nunca estaremos preparados, só se pode pedir a Deus que seja uma partida serena - e que saibamos resistir a ela. Até já, Tinóni.
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